domingo, 23 de fevereiro de 2014

Curiosidades: Análise Vocal de "ARTPOP" (por Sávio Alves)

Análise vocal do álbum "ARTPOP" por Sávio Alves:

Lançamento: 6, 8 e 11 de Novembro de 2013
Gravação: 2013.
Gêneros: Pop, Eletrônica, Experimental, Rock.
Duração da versão comum: 59:04 min.
Extensão vocal Utilizada: Bb2 – D6 (Sí bemol 2- Ré 6).
Oitavas: 3 oitavas, 2 notas e 1 Semitom.


*Caso nunca tenha lido uma análise vocal, poderá ter dúvidas sobre algumas coisas. Veja este glossário (aqui ) se surgir algo que você não entenda.

ANÁLISE:


Artpop (ARTPOP), é o terceiro álbum de estúdio lançado por Lady Gaga (TFM é um EP Ok?). O álbum é uma superprodução e é distribuído pela Interscope Records. "ARTPOP" conta com 15 faixas, sendo elas:

1 –  “Aura”.
2 –  “Venus”.
3 –  “G.U.Y.”.
4 –  “Sexxx Dreams”
5 –  “Jewels N’ Drugs” (feat. T.I., Too $hort, and Twista).
6 –  “MANiCURE”.
7 –  “Do What U Want” (feat. R. Kelly).
8 –  “ARTPOP”.
9 –  “Swine”.
10 – “Donatella”.
11 – “Fashion!”.
12 – “Mary Jane Holland”.
13 – “Dope”.
14 – “Gypsy”.
15 – “Applause“.


Em "ARTPOP", Lady Gaga demonstra certa evolução vocal no registro inferior. Suas notas em voz de peito estão mais maduras, fortes e fechadas do que em seu álbum anterior, nota-se essa evolução em canções como "Venus", "G.U.Y" e "MANICURE". 

A Mother Monster não está livre de retrocessos em sua técnica, perdendo volume considerável na região doce de sua voz de cabeça, que tem sido posta de lado a todo custo, desde o início de sua carreira (Onde está o live de "SummerBoy", onde a região doce de sua voz de cabeça é utilizada a todo furor? Aqueles 40 segundos no Lollapalooza não convenceram)... A performance ao vivo de "Aura" está aí para provar que sua passagem para o registro agudo está perdendo o poder com o passar dos anos, ficando assim, um registro agressivo e coberto o tempo todo. Sem a necessidade de uma passagem de registro mais virtuosa, a voz de cabeça de Gaga não perde controle, mas não se mostra mais cheia e potente como em "Government Hooker", o que não deixa de ser um retrocesso.

Todas as notas em voz mista são apresentadas com cobertura significativa e bem vinda, exceto na canção "Swine" onde Gaga propositalmente deixa suas notas agudas "escancaradas" e metálicas, conciliadas ao drive "pesado" e palavras como disgusting (Nojento) tais notas acabam passando a sensação de nojo e agressividade intensa ao ouvinte (Nada que não tenha sido planejado pelos produtores).

Propositalmente as letras são muito menos pretensiosas e "profundas" do que em seu álbum anterior, evidência-se essa questão em canções como “Donatella”, “Applause“ e “Sexxx Dreams”. As metáforas continuam como sempre, deixando frases soltas e desconexas a muitos ouvintes (Inclusive fãs), se faz necessário uma pesquisa, mesmo que mínima, para o perfeito entendimento de diversas faixas de "ARTPOP" (Assim como em The Fame e BTW)... Dificilmente alguém entenderá a letra de "Venus" sem correr atrás das referências e facetas por detrás dessa composição!


Assim como o conceito por de trás do álbum, a instrumentação é sempre uma saturação total de efeitos que simula superficialidade pura (Repito, simula)... Sintetizadores loucos, percussão saturada de reverb, batidas pesadas com contrastes evidentes entre grave e agudo, definem boa parte do álbum. A instrumentação realmente mudou de "Born This Way" para "ARTPOP", porém, se comparada a mudança de instrumentação extremamente brusca de "The Fame" para "Born This Way", "ARTPOP" não surpreende tanto quanto o prometido.

Ainda não tive a oportunidade de ver todo o encarte, mas o pouco que vi está no mais alto padrão que já tive a oportunidade de conhecer, tão bonito quanto o encarte de •••{Bi~ΟΠ~iC}) (Que considero um dos mais bem produzidos de todos os tempos).


Conclusão Final

É uma superprodução... Tudo de melhor foi utilizado neste álbum! Acredito que Gaga tem trabalhos mais criativos e inovadores em outros quesitos, porém a produção de "ARTPOP", no geral, é uma inovação (Tímida, porém aparente) para o contralto.


Curiosidades

Uma das notas mais agudas do álbum, aparentemente é um Bb5 (Sí Bemol 5) em "G.U.Y".

Descobrimos um tímido C6 (Dó 6) no background de "Aura".

"Venus" é a faixa mais rica em harmonizações.

Em "G.U.Y" pode-se ouvir um cheio C3 (Dó 3) no background do refrão.

Podemos conferir um C3 no background de "Sexxx Dreams".

A nota mais grave (Com virtuosismo) do álbum é um B2 (Sí 2), e se encontra em "Jewels N' Drugs".

Lady Gaga não conseguiu oitavar o A3 (Lá 3) de "Jewels N' Drugs" e deixou de executar o A2 no último momento.

Em "Do What U Want" podemos conferir um A5 e C#6 suspeitos no background da parte de R. Kelly.

"Swine" é a única faixa que apresenta Agudos sem cobertura e cheio de drive, simulam nojo.

"Mary Jane Holland" é a faixa mais longa do álbum.

"Dope" é a única balada do álbum e remete o ouvinte a "Brown Eyes" de "The Fame".

A nota mais aguda é uma exclamação com muito fry, um D6 (Ré 6) (O que dificultou um pouco sua consideração) em "Swine".

Fonte: RDT Lady Gaga


Goddess

Nenhum comentário :

Postar um comentário